Eu sou essa controladora?

Pamela Ribeiro
2 min readNov 7, 2020

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Em muitas de minhas relações eu fui percebendo esse padrão, e não que eu queira me isentar de responsabilidade. Eu sou controladora, todos somos em determinadas situações, é só olhar em volta, e perceber como reagimos ao o maior sinal de descontrole do momento, pandemia, quem poderia imaginar?

Mas, eu quero falar sobre um determinado caso, em que em tantas relações fui chamada de controladora, a ameaça em pessoa, mandona e autoritária, sabe porquê?

Porque eu não suporto merdinha, eu não suporto joguinhos amorosos, eu não tenho paciência para esse tal de “eu sinto, mas não sei…”, “eu quero, mas não quero”. Assim, eu me impunha dentro desses vínculos, eu pedia diretamente para que me falassem a REAL.

E acredito sim, que por todo estereótipo que exista sobre a mulher negra e brava, ele foi imbuído a mim.

Eu me impus, eu estabelecia limites para homens com Síndrome de Peter Pan no auge dos seus 30 anos, filhinhos de mamãe, criados a leite com pêra, incapazes de ter responsabilidade pelos seus próprios atos.

Sendo assim, eu sou controladora. Eu fui.

Eu ouvi isso de homens incapazes de assumir que erram, birrentos, onde ex’s eram vilãs, e os maiores panos passados tinham.

Só sei que, daqui de onde eu venho, a gente não espera cair do céu, a gente levanta a voz se for preciso, e bate de frente também, e quer saber?

Por muito tempo eu me sentia culpada, eu me sentia mal, como se toda a merda que fazia fosse realmente causada por minha causa, mas não era.

Por isso, não vou pedir desculpas por essas merdas que nem eram da minha conta. Não sou perfeita mesmo, e tenho muito orgulho disso.

Esses caras, bem… Eles nem estavam dispostos a serem melhores, e sabe-se lá quando estarão enquanto houver uma sociedade patriarcal que acoberta suas bostas.

Então, esse texto é para você que não tolera joguinhos, que não tem medo de se impor dentro de uma relação, porque você melhor do que ninguém sabe o teu limite. E definitivamente, não é sua culpa.

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